pic: museum

Museu de Ciências Naturais da Amazônia

O Museu de Ciências Naturais da Amazônia é o único museu privado em operação no Brasil, fundado em 22 de junho de 1988, em comemoração aos 80 anos de imigração japonesa no Brasil, que objetiva a educação sobre a natureza às crianças brasileiras e orientação aos estrangeiros que visitam Manaus.

Para que os visitantes ao museu possam conhecer a biodiversidade da Amazônia, a exposição de espécimes é disposta num espaço com a área construída de 600 m² e possui um bosque natural anexo de 3,5 hectares.

pic: Pirarucu swims in fish tank settled in Aquariumpic: insect specimens
Os Dados do Museu
ITEMDETALHES
Diretor do MuseuShoji Hashimoto
Área2 hectares (em anexo 3,5 hectares de bosque natural)
Área Construída600m²
ExibiçãoMais de 120 espécimes de peixes
1 aquário de 200t (com exemplares vivos de pirarucu)
6 aquários de 2t
Mais de 120 espécimes de insetos
Mais de 50 itens de outros espécimes
ObjetivosEducação sobre a natureza às crianças brasileiras Orientação aos estrangeiros que visitam Manaus
EndereçoRua Cachoeira de São Gabriel, s/ No.
Colônia Cachoeira Grande,
Cidade Nova,
Manaus, AM, Brasil
Telefone55-92-3644-2799 (telefax)

Museum building main part.

[TOPO]

Mensagem do Diretor Shoji Hashimoto

pic: Aquarium entrance

Tendo muito interesse em insetos, principalmente em borboletas, desde a infância, cheguei a Manaus como um imigrante japonês em 1975. Na época, com cerca de 600 mil habitantes, um terço da população atual, Manaus já demonstrava indícios de grande desenvolvimento em diversos pontos, baseado na política de Zona Franca adotada pelo governo federal do Brasil.

Todavia, a urbanização e o desenvolvimento das áreas periféricas da cidade não trazem somente benefícios. O rápido desenvolvimento econômico pós-guerra no Japão destruiu a natureza da minha terra natal, transformando o ambiente natural onde passei a minha infância em campos de golfe, poluindo os lindos riachos, e exterminando a biodiversidade com uso descontrolado de agrotóxicos. Temendo que no futuro próximo aconteça o mesmo em Manaus, decidi construir o Museu de Ciências Naturais, realizando o sonho de muitos anos.

pic: Hashimoto guiding Prince Akishino

Em junho de 1988, no mês e ano em que comemorava os 80 anos da Imigração Japonesa no Brasil, inauguramos este Museu de Ciências Naturais da Amazônia. No dia 22, no dia de sua abertura, tivemos a presença do Príncipe Akishino, o neto do Imperador Hirohito, da época, quando pudemos apresentar-lhe com grande honra, os espécimes que eu mesmo colhi da natureza local e preparei. (na foto à direita, o Príncipe Akishino à direita e Diretor Hashimoto ao centro)

O principal objetivo da construção deste museu foi de proporcionar às crianças amazônicas a possibilidade de conhecer melhor o ambiente natural desta região. Tinha a convicção de que não haveria o futuro para a Amazônia, sem que as crianças locais tivessem o interesse pela preservação desta maravilhosa natureza. Mesmo em Manaus, onde o desenvolvimento econômico colocava as crianças no meio da “guerra educacional”. As crianças começavam a preferir os vídeo-games que os insetos da natureza. Hoje restam apenas poucos bosques naturais, incluindo o do meu museu e alguns poucos parques municipais, que era abundante na época em que cheguei aqui.

pic: museum entrance

Felizmente, em 1980 consegui adquirir o terreno por um valor bastante acessível, e dois amigos do Japão, Sr. Masanori Mizuno e Sr. Yuji Shiraishi, nos apoiaram muito. Estes senhores, embora tivessem muitos interesses em insetos da Amazônia, tiveram que continuar tocando os negócios herdados de seus pais. Disseram-me: “Você vá atrás do seu sonho, que também é nosso!”, oferecendo a ajuda financeira para a construção do museu. O sucesso deste museu tornou-se minha obrigação, perante a “AMIZADE” de muitas pessoas que me apoiaram, como o Sr. Susumu Horibe, o idealizador da torre de observação Amazon Tower, e muitos outros.

photo - interior

Eu não sou um pesquisador acadêmico, e sim um pesquisador amador. Cursei até o ensino médio no Japão, após o qual trabalhei em diversas áreas, com o objetivo de conseguir o dinheiro para imigrar-me ao Brasil em 1975. Se não viesse para cá, possivelmente hoje seria apenas um japonês que simplesmente gosta de insetos. A Amazônia me ofereceu uma excelente oportunidade de pesquisa e uma vida excitante.

pic: memorial plate

Com a autorização concedida pelo IBDF (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal), o Museu recebeu nestes treze anos de seu funcionamento mais de 150 mil visitantes, um fato que me orgulha muito, por nossa contribuição na divulgação da natureza amazônica ao mundo.

Desejo retribuir à geração do futuro, em sinal de gratidão, pelo que a Amazônia e o Brasil proporcionaram para mim esta oportunidade de conhecer as maravilhas desta terra. É um modesto museu com a exibição de apenas 2,5 % da biodiversidade, entre peixes e insetos. Entretanto, mesmo com apenas 2,5%, é possível mostrar uma pequena amostra da rica diversidade da fauna amazônica, através da qual, os visitantes brasileiros e turistas estrangeiros possam marcar na sua lembrança a importância da preservação desta natureza.

[TOPO]

O QUE EU TENHO INTERESSE

写真 ジャングルに建てた観察タワー

A famosa borboleta Morfo, aparece em quatro épocas no ano, nesta região próxima de Manaus. Porém, existem diferenças físicas de acordo com a época e o local onde aparece. As de Rio Amazonas acima têm suas asas com padrão diferente dos exemplares encontrados no Rio Amazonas abaixo. Os exemplares encontrados em março são diferentes em tamanho comparados com os de setembro. Desta maneira, pelos dados de borboletas podemos extrair muitas informações.

As borboletas da Amazônia são relativamente conhecidas, pois são pesquisadas desde os tempos de Wallace, por mais de 150 anos. A espécie que me atrai mais é AGRIAS, que tem características únicas, diferente de outras espécies. Normalmente as borboletas são atraídas pelas flores. Porém, as AGRIAS não são atraídas pelas flores, voam na parte alta das copas das árvores da selva a dezenas de metros do chão, e aparecem mais freqüentemente no período da tarde.

A ciência diz que as borboletas recebem o néctar das flores em troca de transporte de polens para reprodução dos vegetais por mais de 50 milhões de anos. Talvez, as AGRIAS viveram todo esse tempo sem assinar este “acordo” com os vegetais.

Para entender este fenômeno, devemos pesquisar a vida desta espécie, conhecendo como elas se reproduzem, do que elas alimentam-se, etc. A vida destas famosas borboletas não é bastante conhecida ainda.

Uma das razões da dificuldade de pesquisa desta espécie está no seu hábito de voar tão rapidamente à dezenas de metros de altura, diferentemente de outros insetos que na sua maioria vive próximo ao chão. Desejo desvendar o segredo da vida e história desta espécie, utilizando a torre de observação (foto à direita superior) que introduzi nesta selva amazônica.

[TOPO]